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Olá! Os vencedores do segundo concurso cultural foram

Antonio Fabiano e Dhiogo José Caetano

Parabéns!!

Eles vão receber a nova edição do “Que País é Este?” autografada por Affonso Romano. Confiram os poemas que eles enviaram:


QUE PAÍS É ESTE?

por Antonio Fabiano (www.antoniofabiano.blogspot.com)

Quando o meu país nasceu

Anjos tortos tocaram vuvuzelas

Mas o sonho de ser livre

Nunca dormiu

Porque uma coisa é um país

E bem outra o que nos trai.

Quando eu nasci

Meu país era ditado

E os livros editados

Não podiam perguntar.

Até que alguém ousou.
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QUE PAÍS É ESTE?

por Dhiogo José Caetano

Acadêmico da UEG – Universidade Estadual de Goiás

Não sei se vivemos ou tentamos sobreviver. Viver é enfrentar as múltiplas diversidades da vida; viver é ser livre mesmo quando todo mundo quer cuidar de nós.

É ficar quieto e permanece calado perante a sociedade que construí normas e padrões de vida.

Muitos têm interesse em saber da nossa história. Dizem que estamos muito desligados e que mesmo assim eles sempre iram nós socorrer e até pedem para que tenhamos muito cuidado, pois viver neste mundo é muito perigoso e não devemos sair de casa.

Mas nós não devemos temer as construções sociais e as falsas realidades construídas pelas as grandes instituições de nosso planeta. Onde está o povo deste país?

Viver é um hábito de cada um, não importa se eles querem que sejamos de uma forma, pois nós queremos é sair deste mundo de corrupção e de desigualdade entre os homens que na constituição tem direito igual.

Meu Deus cadê a nação? Que país é este?

Aqui não têm responsáveis, não tem igualdade, não tem um verdadeiro representante do povo. Mas em contra ponto temos pessoas responsáveis pela corrupção, pelo abuso de poder e pelo autoritarismo que tornou algo natural na sociedade atual.

Somos quem podemos ser? Pra ser sincero é visível que não somos seres humanos, hoje nós somos números, cartões, dinheiro e rótulos.

Todos querem cuidar de nós mais nós queremos caí e assim poder ver com clareza a verdade disfarçada em meio a ideias pragmáticas que foram construídas ao longo dos séculos da história da humanidade.

Muito vão dizer que estamos errado e que viver é muito perigo, eles vão perguntar se levamos muitas pancadas e sempre terá um no poder que construirá um teatro para ouvir nossos problemas e assim promovendo uma falsa ajuda.

Porém, tais poderosos devem ficar ciente que nós não estamos tristes e sim revoltados com a mídia, com os governantes e queremos deixar claro que temos a nossa própria vontade, pois vivemos em uma país que se diz democrata.

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Parte 1


Parte 2


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Para Otto Lara Rezende, que responde

– O que fazem, hoje, na manhã

sem cartas

os destinatários

de Mário?

– Tornam-se melhores?

– Ou se quedaram avaros?

– Teria o correio literário

nacional se pervertido

após a morte de Mário?

– Ou acabaram os escribas

missivistas-missionários?

[…]

Mas por compulsão escrevo

quer tenha resposta ou não,

há muito que correspondo

com meu próprio imaginário.

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Entrevista com Affonso Romano de Sant’Anna na CBN.

Data: 2 de agosto de 2010

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O Concurso Cultural deste mês vai premiar os 3 melhores poemas de três estrofes com o tema “Que País é este?”. O prêmio: a nova edição do livro autografada pelo autor.
Os poemas devem ser enviados para o e-mail quepaiseesteolivro@gmail.com até o dia 31/7. O resultado sai no dia 10/08.
Participem!

Antes de enviar sua resposta, leia o Regulamento na próxima página.

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O poeta de todos os tempos

Márcio Renato dos Santos

Reler Que País é Este? é ter a certeza de que a pergunta nunca terá uma resposta definitiva. Afinal, se em 1980 o Brasil vivia a ressaca da ditadura militar, com tensões pontuais, agora em 2010 os enfrentamentos são outros. Mas, se as respostas para a interrogação se modificaram, esses 30 anos confirmaram a qualidade da poesia de Affonso Romano de Sant’Anna. Leia a matéria completa

O poeta mineiro viveu ou, com mais precisão, sofreu o seu tempo e, a partir de contato com os fatos da realidade, fez poemas em meio a censuras, sequestros, buzinas e britadeiras. Escrever sobre a própria aldeia para se tornar universal não é mera fórmula para carimbar o passaporte rumo à eternidade. Mas é o que fazem os poetas, os grandes, desde Homero. Sant’Anna seguiu pela mesma trilha.

Ele retratou os horrores da ruína que se tornou, lenta mas irreversivelmente, o Brasil. Em “Crônica Policial”, como se fosse um setorista do caderno cotidiano, mostrou as tragédias que a desigualdade social começou a gerar neste eterno país do futuro: “Ontem três homens duros e armados/ entraram na casa de um casal amigo/ comeram, beberam, violentaram uma visita.”

Atento, flanou, não pelas avenidas principais, mas pelas ruas periféricas que formam essa permanente nação adiada: “A hora mais desamparada de minha vida/ é quando/ vou pelos subúrbios de deseperanças povoado:/ as pessoas se abastardando,/ as casas se encolhendo,/ a vida se sujeitando.”

De olhos há muito tempo bem abertos, soube falar de ecologia, quando a palavra não era sequer mencionada nessa falsa pátria de chuteiras. Sant’Anna inseriu uma baleia, a Moby Dick de Melville, em pleno sertão de Guimarães Rosa.

Falou dos índios e, sobretudo, falou da mulher, mas não da maneira como a tradição da poética tupiniquim costumava fazer e ainda faz. Ele não louvou a “querida namorada”, nem a Iracema, muito menos a princesa destinada a espelhos e esmaltes. Sant’Anna apontou para o óbvio (e isso há 30 anos): as mulheres pensam, têm desejos e vontade.

Ler e, principalmente, reler

Que País É Este? é se deparar com uma poesia escrita com perícia e, portanto, de fácil compreensão, apesar de tanto ritmo, erudição e da visão de mundo crítica e implacável de um poeta incomum.

Resenha publicada na Gazeta do Povo.

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É difícil editar poesia  no Brasil, com muitos analfabetos funcionais, raros leitores e população de renda baixa. A reedição de Que País É Este?, de Affonso Romano de Sant’Anna escapa a esta lógica do mercado editorial talvez por resultar de uma moda gerada por interesses do consumidor em potencial por algo que tem conexão com seu cotidiano. Entre a primeira edição e esta muita água passou por baixo da ponte e, ao contrário do que constatou Heráclito de Éfeso, parece continuar sendo o mesmo rio a transportar matérias idênticas às de 30 anos atrás.

[…]

A oportuna reedição do poema em voga e dos outros que compõem a coletânea com que ele galgou prateleiras põe definitivamente em xeque essa lorota boa de “nunca antes na História deste país”, refrão favorito do líder grevista de 1980, que se tornou padroeiro protetor da escória política que sempre se beneficiou individualmente do sacrifício da maioria. O sucesso merecido e repetido dessa ode à permanência do Brasil eterno e profundo por baixo da superfície dos movimentos sociais, das ambições políticas, das convicções ideológicas e das conveniências partidárias deixa claro que o verdadeiro lema deste Brasil não é o mote lulista, mas o ancestral provérbio popular que sempre rezou: “tudo como dantes no quartel de Abrantes”. Culto exegeta das formas poéticas e hábil manipulador de mistérios e misérias da palavra, o poeta e professor universitário mineiro transita tanto no poema quanto no livro todo pelo território ocupado pelo romântico Antônio Frederico de Castro Alves no século 19. E vai além, por ter aprendido com as próprias desilusões que nem a praça pertence ao povo nem há condores em nosso céu.

Não que Sant’Anna tenha abdicado da ingenuidade, sem a qual a poesia fenece em mesmice tola. Da geração que velou, bestificada, a morte das ilusões depois do golpe de 1964, ele mantém a dicção engajada e, portanto, eivada de esperanças nos versos que compõem uma obra indispensável para quem quiser saber que País é este: não é o Brasil de Figueiredo ou o de Lula, mas a Nação geral de Minas e do Grão Pará, dos pampas e das caatingas. A poesia de mestre não se permite enganar por ideias nem se deixa errar pelos desvios desvairados do lirismo alienado. O livro fez sucesso no fim da ditadura e hoje anima a esperança de quem não quer entregar de graça o País à vingança de ex-guerrilheiros derrotados manu militari ou à cobiça sem limites de politiqueiros de todos os partidos, todas as correntes e todas as regiões por estar plantado em chão seco, áspero e rochoso. Com cheiro de sol, suor e cachaça, a poesia de que é feito traz a permanência desta terra, na qual em se plantando nem tudo dá, ao contrário do que previu nosso primeiro redator e cartomante, Pero Vaz. E a traduz na forma com que a palavra a eterniza.

Esta eternidade não se conserva em gelo estéril, mas na paixão ardente cuja chama ilumina a compreensão do que se passa atrás da cortina e além dos fatos. O poeta narra recorrências, não ocorrências. Seu protagonista não é o rebelde que ascendeu ao topo do pódio, mas o estofo de que se fazem frustrações, motivações e crenças da boa ou má gente que forma o conjunto que chamamos de pátria. O fogo fátuo da palavra reduz casos e feitos ao mínimo denominador comum da arte de decompor fatos e tratos, despidos de conveniências e referências usadas somente para disfarçar. Aqui o estro supera o conhecimento e o talento do autor se manifesta na descoberta da matéria que resiste ao tempo, não por se ter estratificado, mas por haver rasgado todas as máscaras que precisou arrancar para se manter intacta e nua. Este País de novo de Sant’Anna é o de sempre. Por isso,surpreende, comove e encanta.

José Nêumanne

é jornalista, poeta e escritor.


Para ler a resenha na íntegra acesse o site do Estadão (para assinantes) ou o Blog do José Nêumanne.


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– O poeta é o ser-só?

o dês-família?

o homem-ilha?

– Não há poeta burguês

que chegue com o pão na mão?

que leve filho ao colégio?

e pague em dez prestações?

– Poeta vai à feira?

conserta porta e torneira?

ou é tudo vate escolhido, mito e bem de família?

que exige amor, devoção?

CONCURSO CULTURAL

** Lembrando que vocês têm até o dia 16/7 para enviar uma foto que responda a pergunta “Que País é Este?” para o e-mail quepaiseesteolivro@gmail.com . Os autores das três melhores imagens ganham um exemplar da nova edição do livro autografada por Affonso Romano. Para saber mais, acessem a página do concurso.

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para Frei Betto

Na madrugada em que Getúlio

se matou

eu, no interior de Minas,

dormia impunemente

em adolescentes lençóis.

Os padeiros serviam pão

nas janelas, e nos quintais

os galos serviam a aurora

– por cima dos generais.

Outros dias se seguiram,

com neblina, aveia e espanto,

os padeiros servindo pão

– para os parvos comensais

e os galos servindo a história

– pela mão dos generais.

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